Ashes to Ashes: uma viagem sci-fi de nostalgia oitentista
Ashes to Ashes (2008) é um spin-off da série Life on Mars (2006), ambas fazem diversas referências ao cantor David Bowie em meio a trama de comédia policial e possuem títulos homônimos à canções do rock star. Com 8 episódios, de aproximadamente uma hora cada, a primeira temporada da série estreou, com exclusividade, na plataforma Petra Belas Artes À La Carte no dia 2 de maio.
A série original de 2006 é protagonizada por Philip Glenister, que também faz parte do elenco de Ashes to Ashes como o inspetor-chefe detetive Gene Hunt. Agora, a estrela da vez é a investigadora especialista em mentes criminosas, Alex Drake, interpretada por Keeley Hawes, que viaja no tempo (mais especificamente para os anos 80) após ser baleada por um criminoso em fuga. Enquanto tenta entender os motivos de ter voltado para um passado tão distante, Drake ajuda a solucionar outros crimes.
Após acordar em uma realidade a qual não reconhece, vestida com luxuoso casaco de pele, brilhantes, mini saia de couro e salto alto, Drake se encontra em uma festa ao som electro-pop de “Vienna” da banda inglesa Ultravox. Logo em seguida ela se depara com um cartaz de Adam and the Ants, outra banda britânica de pós-punk e new wave do comecinho dos anos 80. Isso já nos dá uma boa impressão do tom nostálgico que está por vir no decorrer dos episódios. Cheios de referências, conta com uma trilha que vai agradar aos fãs de música, contando também com “Fade to Grey” (Visage); “Over You” (Roxy Music); “Don’t You Want Me” (The Human League); “To Cut a Long Story Short” (Spandau Ballet); “Girls On Film” (Duran Duran); “Enola Gay” (Orchestral Manoeuvres In The Dark); “London Calling” (The Clash); “Tainted Love” (Soft Cell), “Golden Brown”, (The Stranglers); e “Fame”, do David Bowie em sua primeira temporada.
Em seu primeiro contato com a polícia local, Drake fica atordoada ao reconhecer nomes em rostos que não fazem sentido ali, lembrando com espanto de Hunt e de outros membros do departamento. Hunt a leva para o escritório policial onde é recebida em um ambiente essencialmente masculino e hostil, sendo atacada com piadas vulgares e sarcásticas a todo momento por ser a única mulher em sua posição e ainda usando roupas provocantes com seu disfarce de garota de programa. Nada parece fazer sentido para ela, até se deparar com uma mesa que tem uma placa com seu nome, mostrando que está ali também como investigadora e faz parte daquele universo.
O primeiro caso surge, então Drake e Hunt, acompanhados dos outros policiais, saem juntos de carro em uma perseguição ao som de “I Fought the Law” da banda The Clash. Chegando ao local, eles descem do veículo e antes de começar uma troca de tiros Hunt olha para Drake e diz: “Você vestida assim… de couro, segurando isso (a arma), me deixou excitato!”. Ela retribui com olhar irônico e bom humor. Aos poucos a equipe mostra cada vez mais entrosamento, formando um clássico time de policiais.
Drake vai se acostumando à nova e estranha realidade e tomando mais controle das situações, mas sempre se questionando sobre porque seu subconsciente está inserindo lembranças ao novo dia a dia, como as de sua filha pequena que estaria agora distante, no presente. Ela está convencida de que a viagem no tempo não pode ser real. Afinal, isso é tudo um truque de sua mente tentando sobreviver?
Ashes to Ashes traz nostalgia e suspense, com boas doses de humor politicamente incorreto, um fundo musical pra lá de interessante e a parte fantástica da viagem temporal entre duas realidades que todo fã de séries sci-fi como Fringe e Doctor Who, por exemplo, adora! Os primeiros episódios têm bom ritmo e personagens principais bem construídos que instigam a continuar querendo saber onde essa história pode chegar!