Trem-Bala | 2022
Trem-Bala é o novo filme de ação e comédia super frenético estrelado por Brad Pitt. Dirigido por David Leitch, que já fez outros filmes do gênero como “Deadpool 2” (2018), “Atômica” (2017), “Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw” (2019). Ele também já trabalhou na franquia “John Wick” e em “Nobody” (2021). Em Trem-Bala, Leitch consegue manter o humor em uma trama de muita loucura.
Tratam-se de cinco assassinos dentro de um trem-bala no Japão, indo de Tóquio para Morioka, que no meio desta viagem se cruzam em um objetivo em comum, ou não. De cara somos apresentados a Ladybug (Brad Pitt), que é um assassino azarado, buscando cumprir suas missões de modo pacífico, sem o uso de armas e usando ensinamentos cheios de jargões filosóficos pacifistas em busca de equilíbrio. Ele é contratado por Maria Beetle (Sandra Bullock) para coletar uma maleta presente entre as bagagens do trem, que também é cobiçada por alguns outros.
Ambientado no Japão, com uma estética neon e noturna que por vezes lembra o universo cyberpunk de “Blade Runner”, cheio de referências da cultura pop japonesa de animes, com letterings em kanji, fazem o tom do filme. Não dá pra negar a influência da direção nos filmes de Quentin Tarantino, tanto ao ver a atuação de Brad Pitt em um papel cômico e irônico (como em “Era Uma Vez em Hollywood…”), quanto nas cenas de violência e ação, com muito sangue, uso de katanas e no formato de apresentação de personagens por codinomes bem caricatos (como em “Cães de Aluguel” e “Kill Bill”).
Nesse cruzamento de colegas assassinos LadyBug encontra Kimura (Andrew Koji), Prince (Joey King), a hilária dupla Tangerine (Aaron Taylor-Johnson) e Lemon (Brian Tyree Henry, que faz um incrível trabalho como Paper Boi na série “Atlanta”). Na parte mais sóbria da atuação temos Hiroyuki Sanada (“47 Ronins”) e Andrew Koji, contrabalanceando a trama tão pautada no elenco de piadas que em sua maioria funcionam muito bem!
Toda a loucura do roteiro que entrelaça os personagens, que pode parecer desconexa, faz seu papel direitinho. Tudo acaba bem amarrado e estruturado, como quando acompanhamos a trajetória de uma simples garrafa de água até seu destino final, nada foi colocado em cena por acaso.
Se Trem-Bala tem alguns problemas, o primeiro é no ritmo, que nem sempre se mantém. O longa tem pouco mais de duas horas de duração e balanceando pode ter menos picos de adrenalina do que o esperado. Também na quantidade enorme de influencias de outras obras, perdendo um pouco no quesito originalidade: será Leitch o próximo Tarantino? Parece pretender ser, mas para o cinema pop de ação, talvez ainda necessite um pouco mais de fôlego. No fim o ponto alto, além do elenco de estrelas em aparições inusitadas, são as tiradas de humor, cenas que te fazem arrancar risadas na poltrona e a porradaria (é claro), bonita de se ver.