Lançamentos de terror 2022

Lançamentos de terror 2022

Lista de filmes para o Halloween

É Halloween e nesse final de outubro ainda fica o gostinho de querer assistir mais filmes de terror. Destaquei lançamentos de 2022 que merecem ser vistos, filmes de estilos diversos dentro do universo do horror que podem agradar os fãs do gênero. Confira:

Deadstream – Joseph Winter, Vanessa Winter

found footage criativo de Joseph e Vanessa Winter

Deadstream foi uma grata surpresa dessa nova leva de filmes que tratam de uma linguagem super contemporânea no cinema de horror. Por mais que muitos (muitos mesmo) filmes de found footage já tenham sido lançados, pode sempre aparecer um diretor que ainda consegue usar este artifício a seu favor. Joseph e Vanessa Winter conseguiram um resultado interessante, assustador e divertido nesse novo lançamento da Shudder. Um streamer de vídeos com uma personalidade de comediante à la Jackass, resolveu passar a noite sozinho em uma casa “mal assombrada”, onde ocorreram assassinatos no passado. Ele instala câmeras por todo o lado e está sempre conectado a seus seguidores por chat online, coisas muito bizarras começam a acontecer. Deadstream traz um estilo que lembra filmes como Host (2020), a série de filmes A Bruxa de Blair com artifícios de horror trash clássico como em The Evil Dead (1981), utilizando maquiagem de horror e efeitos práticos ao invés de apelar apenas ao CGI. 

Noites Brutais (Barbarian) – Zach Cregger

A escuridão aterrorizante de Noites Brutais da Star Plus

Começa Noites Brutais (Barbarian) e você pensa: quem vai alugar um airbnb num lugar desses? Uma moça aluga uma casa em um bairro super suspeito, chegando no local ela percebe que a casa já está ocupada. Diante de um receptivo rapaz, ela decide passar a noite por lá com um estranho e acaba descobrindo mais mistérios sobre a casa que habita do que esperava. Será que vem mais um clichê de terror por aí? Mas então o filme te entrega várias camadas de horror, sabe usar muito bem o escuro a seu favor e uma câmera em fisheye com ângulos opressivos e que por vezes simulam cenas em primeira pessoa, lembrando jogos de videogame. Apesar de ter um roteiro criativo, com plots que fogem do óbvio, o final é um pouco decepcionante, mas a experiência do filme todo é bastante interessante. Noites Brutais está disponível no catálogo da Star Plus.

Piggy – Carlota Pereda

Atuação visceral da jovem Laura Galán que interpreta Sara em Piggy

Longa de estreia da diretora espanhola Carlota Pereda, que esteve no Festival do Rio 2022, Piggy fala sobre bullying e gordofobia. Começando com uma abordagem mais clichê, da menina gorda que é hostilizada pelas “patricinhas” locais, mas que consegue se redimir com um final interessante e brutal. O sofrimento de Sara é um pouco minimizado quando ela encontra a empatia de um serial killer que está passando pela cidade. Há uma conexão entre eles, mas o pavor de Sara e seus valores vão se revelando e se sobrepondo a todo seu sofrimento. Me fez lembrar do (pouco conhecido) À Ma Soeur! / Fat Girl (2001) da diretora Catherine Breillat.

Terror no Estúdio 666 – B. J. McDonnell

Dave Grohl abaraça o trash em Terror no Estúdio 666

Filme satírico inspirado no horror trash de Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio, com referências claras aos efeitos práticos, rituais, tem até o lendário livro Necronomicon na trama! A banda Foo Fighters viaja para uma mansão em Encino para gravar seu 10º álbum. Lá, Dave Grohl e cia enfrentam forças malignas que ameaçam a conclusão do disco e suas vidas! É divertido ver os integrantes da banda atuando em um filme que não se leva nada a sério, muitas cenas cômicas e a última participação em vídeo de Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters falecido recentemente. Terror no Estúdio 666 está disponível no catálogo da HBO Max.

Morte Morte Morte – Halina Reijn

O elenco jovem de Morte Morte Morte

Morte Morte Morte é um slasher, estilo battle royale que fala diretamente aos jovens dessa geração. Com um grupo de adolescentes ricos e um tanto irritantes reunidos em uma mansão, eles acabam jogando o jogo que dá nome ao filme, uma espécie de “detetive” onde existe um assassino que precisa matar silenciosamente sua vítima e depois ser descoberto pelos demais. Acontece que as coisa saem do controle, depois de muita bebedeira, eles começam a se matar de verdade. Com boas cenas de morte e um final que surpreende e diverte, ajuda a superar um pouco o grau de tolerância que foi preciso ter para aguentar os diálogos juvenis e subtramas fracas no longa. Morte Morte Morte está em cartaz nos cinemas.

Pearl – Ti West

Mia Goth, estrela absoluta do novo filme de Ti West

A jovem Pearl está presa em sua condição de “mulher do interior” que vive na fazenda da família, onde aguarda a volta de seu marido que foi à guerra e precisa suportar o terror que é conviver com sua severa mãe e seu pai doente e dependente de cuidados. Tudo o que Pearl vive, ela abomina e tenta fugir, mas não se conforma e age. Ti West cria uma protagonista psicótica com rosto angelical, onde Mia Goth (que também assina como co-roteirista) sustenta lindamente até o fim. O filme é diretamente conectado a X: A Marca da Morte (2021), contando a origem da antagonista e o que a levou a ser uma assassina implacável. Se em X temos muitas referências ao slasher clássico, neste  temos aos melodramas da antiga Hollywood. Com estética vintage, desde o lettering, ao figurino e referências à musicais, com belos destaques da cor vermelha em meio a tons suaves, é um filme que depende muito de atuação, não pesa tanto a mão no sangue, mas não deixa de ser brutal. Em breve nos cinemas.

Resurrection – Andrew Semans 

Rebecca Hall sustenta a trama de terror psicológico

Resurrection é um filme de suspense psicológico escrito e dirigido por Andrew Semans. É estrelado por Rebecca Hall, Grace Kaufman, Michael Esper, Angela Wong Carbone e Tim Roth. O longa é perturbador e trabalha traumas da protagonista acerca de maternidade, abuso psicológico e físico. Rebecca Hall entrega muito bem uma personagem que se sente perseguida por seu ex parceiro, mas que também se mostra delirante e paranoica, afetando diretamente sua relação com a própria filha adolescente. Há uma ambiguidade narrativa que não procura dar respostas claras em Resurrection, trazendo cenas de body horror um tanto cronenberguianas que impressionam positivamente. 

Author

  • Jornalista carioca, estudou cinema na Academia Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, certificada em roteiro pelo Instituto de Cinema de São Paulo. Ama cinema de horror e os grandes clássicos.

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