Melhores Filmes Dirigidos por Mulheres em Todos os Tempos
um balanço do cinema realizado por mulheres segundo a crítica feminina brasileira
Março é o mês em que o mundo escolheu celebrar uma data que não foi criada pelo comércio, mas em razão da história de luta operária de mulheres reivindicando direitos trabalhistas e igualdade de gênero. Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o chamado Dia Internacional das Mulheres é comemorado desde o início do século 20, no dia 08 de março. A história da luta feminista vem das ruas e, muito antes da data se tornar oficial, já era lembrada nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.
Atualmente, graças ao crescimento, ainda que lento, da representatividade da mulher no mercado de trabalho, podemos identificar também no Cinema (nossa pauta em questão) um significante número de mulheres que atuam como realizadoras, pesquisadoras, críticas e produtoras de conteúdo audiovisual. Embora saibamos que o Cinema não é uma arte só de homens e para homens, é preciso usar uma lupa para enxergar o trabalho das mulheres. A velha realidade patriarcal ainda dita o consumo, os espaços de trabalho e direciona os holofotes nesse sentido.
Fazendo uso dessa lupa que destaca e valoriza as mulheres que contribuem tanto quanto os homens no ato de “pensar o cinema”, nós, Mari Dertoni e Natália Bocanera, as mulheres do Coletivo Crítico, reunimos nomes de críticas, pesquisadoras e atuantes na produção de conteúdo de cinema no Brasil, para revelarem quais são, em suas visões, os cinco melhores filmes dirigidos por mulheres em todos os tempos. Tarefa que se mostrou bastante difícil para a grande maioria das convidadas, pois reduzir a produção mundial de filmes realizados por mulheres a um top cinco é bastante limitante. Entretanto, também é um necessário exercício que visa afunilar e destacar filmes e diretoras que, mesmo nesse escopo mais amplo e através de uma junção de pequenas listas, muitas pessoas certamente sequer ouviram falar.
Nosso objetivo é prestigiar, privilegiar e dar o devido destaque ao Cinema realizado por mulheres, através da visão de outras mulheres, e selecionar, ainda que de maneira ampla, os melhores filmes dirigidos por mulheres, segundo a crítica feminina brasileira. Consideramos que o olhar feminino sobre o Cinema é fundamental para que a sétima arte seja avaliada de um ponto de vista mais diverso.
Sabemos que o conceito de eleger “melhores filmes” é extremamente subjetivo. Comparar, por exemplo, o Cinema Africano e o Cinema Latino feito por mulheres, e escolher um que seja o melhor é uma tarefa impossível. Portanto, para a presente eleição, o critério foi mais livre e abrangente, como forma de atentar e conscientizar nossas leitoras e leitores a valorizarem filmes dirigidos por mulheres. Esclarece-se, ainda, que as críticas, pesquisadoras e produtoras de conteúdo para o audiovisual convidadas não representam toda a crítica feminina brasileira, mas sim uma parcela com nomes atuantes que admiramos e que temos a sorte de ter acesso para a realização dessa matéria. Não há qualquer intenção de esgotamento de filmes e/ou diretoras.
Alguma paridade de gênero somente será alcançada com a consciência de todas as pessoas, e isso implica em escolhas conscientes. Acreditamos que escolher assistir a um filme dirigido por mulheres ao invés de um dirigido por homem, é, nos dias de hoje, um ato revolucionário. Ler e acompanhar críticas e pesquisadoras como prioridade, faz diferença. Assistir a filmes fora do padrão hollywoodiano, que é majoritariamente dominado pelo sexo masculino, é engrandecedor e é algo que que o Coletivo Crítico tem orgulho de promover e incentivar. Faça a sua própria revolução na escolha do seus próximos filmes!
Algumas listas individuais possuem observações sobre as obras, uma mini bio, links e também comentários pessoais sobre critérios de escolha. Abaixo, 23 críticas de cinema, estudiosas e produtoras de conteúdo participaram da seleção, por ordem alfabética.
Ao fim um Top 25 com um balanço entre todas as listas enviadas:
- Ana Paula Barbosa
- Matrix | dir. Lilly Wachowski, Lana Wachowski (EUA/Austrália, 1999)
- Sinfonia da Necrópole | dir. Juliana Rojas (Brasil, 2014)
- Eve’s Bayou | dir. Kasi Lemmons (EUA, 1997)
- Vidas Passadas | dir. Celine Song (EUA/Coréia do Sul, 2023)
- Retrato de Uma Jovem em Chamas | dir. Céline Sciamma (França, 2019)
Minibio: Ana Paula Barbosa é formada em jornalismo e cria conteúdo nas redes sociais sobre representatividade feminina
em frente e atrás das câmeras com o seu perfil Narrativa Feminina
Links: Conheça o Narrativa Feminina
- Beatriz Saldanha
- As Duas Faces da Felicidade | dir. Agnès Varda (França, 1965)
- Mar de Rosas | dir. Ana Carolina (Brasil, 1978)
- Uma Adolescente de Verdade | dir. Catherine Breillat (França, 1976)
- O Piano | dir. Jane Campion (Austrália/França/Nova Zelândia, 1993)
- Frágil Como o Mundo | dir. Rita Azevedo Gomes (Portugal, 2001)
Minibio: Beatriz Saldanha é pesquisadora, crítica e curadora de cinema
Links: Letterboxd | X (Twitter) | Les Diaboliques
- Camila Borca
- Cléo das 5 às 7 | dir. Agnès Varda (França/Itália, 1962)
- Bom Trabalho | dir. Claire Denis (França, 1999)
- Forever a Woman | dir. Tanaka Kinuyo (Japão, 1955)
- Sambizanga | dir. Sarah Maldoror (Angola/França, 1972)
- Os Encontros de Anna | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1978)
Minibio: Camila Borca, colaboradora do Almanaque Virtual. Influenciadora digital. Criadora de conteúdo no Instagram e administradora de grupos oficiais de cinéfilos da Mostra de SP e outros Festivais e eventos de cinema. Analista de dados de lançamentos de mercado no circuito e streaming.
Links: Instagram
- Camila Henriques
- Os Catadores e Eu | dir. Agnès Varda (França, 2000)
- As Pequenas Margaridas | dir. Vera Chytilová (Tchecoslováquia, 1966)
- Girlfriends | dir. Claudia Weill (EUA, 1978)
- O Piano | dir. Jane Campion (Austrália/França/Nova Zelândia, 1993)
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1975)
Minibio: Camila é jornalista. Crítica de cinema membra da ABRACCINE, votante do Globo de Ouro, colunista no Cine Set e Podcaster no Sábado Sem Legenda
Links: Cine Set | Sábado Sem Legenda
- Carol Ballan
- Cléo das 5 às 7 | dir. Agnès Varda (França/Itália, 1962)
- O Babadook | dir. Jennifer Kent (Austrália/Canadá, 2014)
- Persépolis | dir. Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud (França/EUA, 2007)
- Sinfonia da Necrópole | dir. Juliana Rojas (Brasil, 2014)
- Aquário | dir. Andrea Arnold (Reino Unido/Países Baixos, 2009)
Minibio: Carol Ballan é produtora de conteúdo e crítica de cinema no No Sofá Com Gatos. Entre as salas de cinema e a sala de sua casa, é apaixonada pelo poder das narrativas.
Links: No Sofá Com Gatos | Instagram
- Carissa Vieira
- O Piano | dir. Jane Campion (Austrália/França/Nova Zelândia, 1993)
- Visages Villages | dir. Agnés Varda (França, 2017)
- Adoráveis Mulheres | dir. Greta Gerwig (EUA, 2019)
- Retrato de Uma Jovem em Chamas | dir. Céline Sciamma (França, 2019)
- As Virgens Suicidas | dir. Sofia Coppola (EUA, 1999)
Minibio: Carissa Vieira é natural de Recife/PE e radicada em São Paulo. Formada em Cinema e Audiovisual pela UFPE, atua como pesquisadora, curadora e roteirista em diversas mídias audiovisuais, tendo feito parte do time de roteiro do original Spotify Alimente seu sol. Dá aula de roteiro e narrativas, além consultoria em projetos voltados para cinema e internet, com foco na construção de personagens femininas e de personagens negros. Também produz conteúdo voltado para gênero e raça dentro do horror em diversas mídias digitais.
Links: Instagram | Conheça a Carissa
- Enoe Lopes Pontes
- Tramas do Entardecer | dir. Maya Deren (EUA, 1943)
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1975)
- Uma Canta, a Outra Não | dir. Agnès Varda (França/Bélgica, 1977)
- As Pequenas Margaridas | dir. Vera Chytilová (Tchecoslováquia, 1966)
- Retrato de Uma Jovem em Chamas | dir. Céline Sciamma (França, 2019)
Minibio: Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) – com doutorado sanduíche em Estudos de Mídia, na Philipps-Universität Marburg – e mestra em comunicação, pela mesma instituição. Especialização em Direção em TV para teledramaturgia, pela CAL (Casa das Artes de Laranjeiras). Formada em Artes Cênicas, com ênfase em Interpretação Teatral, pela Universidade Federal da Bahia e em Comunicação Social, com ênfase em Jornalismo, pela Unisba. Desenvolve pesquisas nas seguintes área: estudos de fãs, recepção e consumo, gênero e sexualidade e ativismos de fãs. Foi integrante da terceira edição do Jornalismo de Futuro, programa realizado pelo Jornal Correio*, e estagiária na Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA). É membro votante do prêmio Globo de Ouro, sendo que, desde 2017, faz parte de júris e curadorias em festivais de cinema como: Mostra Lugar de Mulher é no Cinema, Festival de Cinema Baiano (FECIBA), Festival de Cinema de Munique, CinePe e Festival International du Court Métrage au Saguenay. É membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e da Fipresci (Federação Internacional de Crítica de Cinema). Desde 2014, atua como assessora de comunicação na área de cultura, trabalhando com eventos, obras do audiovisual e produtoras. De 2014 até então, escreve crítica de audiovisual no site Coisa de Cinéfilo e Aratu On.
Links: Coisa de Cinéfilo | Aratu On
- Fabiana Lima
- As Duas Faces da Felicidade | dir. Agnès Varda (França, 1965)
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1975)
- Tramas do Entardecer | dir. Maya Deren (EUA, 1943)
- Retrato de Uma Jovem em Chamas | dir. Céline Sciamma (França, 2019)
- A Entrevista | dir. Helena Solberg (Brasil, 1966)
Critérios: filmes de décadas e diretoras diferentes. Também não considerei filmes co-dirigidos por mulheres e tentei abranger diferentes nacionalidades.
Minibio: Fabiana Lima é crítica de cinema associada à Critics Choice Association (CCA) e colunista no Cinem(ação). Desde 2019, ano em que fundou a página Cinemafilia no Instagram, estuda e cria conteúdo sobre cinema para as redes sociais.
Links: Instagram | Cinemafilia | Letterboxd | X (Twitter) | Cinem(ação)
- Isabel Wittmann
- Tramas do Entardecer | dir. Maya Deren (EUA, 1943)
- As Pequenas Margaridas | dir. Vera Chytilová (Tchecoslováquia, 1966)
- Born in Flames | dir. Lizzie Borden (EUA, 1983)
- Orlando, a Mulher Imortal | dir. Sally Potter (Reino Unido/Rússia, 1992)
- Os Catadores e Eu | dir. Agnès Varda (França, 2000)
Minibio: Pesquisadora, crítica de cinema e antropóloga, mestra em Antropologia Social pela UFAM e doutora na mesma área pela USP, com pesquisa sobre gênero, sexualidade e cinema. É criadora do “Feito por Elas”, projeto que visa a discussão e divulgação do trabalho de mulheres no audiovisual. Membra da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci), integrante do Grupo de Antropologia Visual (GRAVI) no Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA-USP) e votante internacional do Globo de Ouro.
Links: Feito por Elas | X (Twitter)
- Ilana Oliveira
- Os Renegados | dir. Agnès Varda (França, 1985)
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1975)
- Retrato de Uma Jovem em Chamas | dir. Céline Sciamma (França, 2019)
- Bom Trabalho | dir. Claire Denis (França, 1999)
- Bicho de Sete Cabeças | dir. Laís Bodanzky (Brasil, 2000)
Minibio: Ilana Oliveira estuda e pratica a coexistência entre o Jornalismo e o Cinema desde 2017. Mestranda na Universidade de Nova de Lisboa, já atuou como produtora, curadora e júri, além de cobrir, diversos festivais entre Portugal, França, Alemanha, Brasil e Angola. É cofundadora do canal 16MM.
Links: 16MM
- Georgeane Abreu
- At Land | dir. Maya Deren (EUA, 1944)
- Os Homens que Eu Tive | dir. Tereza Trautman (Brasil, 1973)
- Os Renegados | dir. Agnès Varda (França, 1985)
- O Pântano | dir. Lucrecia Martel (Argentina, 2001)
- Vever | dir. Deborah Stratman (Guatemala/EUA, 2018)
Meus critérios foram meu gosto de filmes não convencionais, experimentais, em que parece que nada acontece, filmes de montagem e híbridos, fic/doc. Acho que essa lista exprime um pouco isso e essas são diretoras que me inspiram
Minibio: Georgeane Abreu é editora e redatora na Revista Multiplot!
Links: Multiplot! | Letterboxd | X (Twitter)
- Lorenna Montenegro
- Documentira | dir. Agnès Varda (França, 1981)
- Firefly | dir. Naomi Kawase (Japão, 2000)
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1975)
- Morvern Callar | dir. Lynne Ramsay (Reino Unido, 2002)
- A Hora da Estrela | dir. Suzana Amaral (Brasil, 1985)
Minibio: Jornalista, crítica de cinema, curadora, roteirista e professora de roteiro na Academia Internacional de Cinema – AIC. Integra o Coletivo Elviras, a ABRA (Associação Brasileira dos Roteiristas Autores) e a Abraccine. Filiada ao FORCINE, é bacharel em Jornalismo, cursou Produção Audiovisual na PUCRS e tem especialização em Cinema e Linguagem Audiovisual na Estácio de Sá. Ministra formações sobre história e crítica do cinema, roteiro e narrativa audiovisual, construção de personagens afirmativas, jornada da heroína e filmologia feminista – como o curso As Pioneiras do Cinema, juntamente com a crítica de cinema, jornalista cultural documentarista Flavia Guerra. Coordena o Festival As Amazonas do Cinema.
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- Maitê Mendonça
- Os Refugiados do Barco | dir. Ann Hui (Hong Kong, 1982)
- Encontros e Desencontros | dir. Sofia Coppola (EUA/Japão, 2003)
- Atlantique | dir. Mati Diop ( Senegal/França/Bélgica, 2019)
- Sob o Céu Aberto | dir. Miwa Nishikawa (Japão, 2020)
- Restaurante Gaivota | dir. Naoko Ogigami (Japão, 2006)
Eu tenho assistido muito cinema asiático e por essa razão minhas escolhas são quase predominantemente do Japão e Hong Kong. Sinto que as pessoas deveriam assistir esses longas. São trabalhos muito relevantes e emotivos. Em especial, tenho uma conexão profunda com o trabalho da Naoko Ogigami. Ela tem uma leitura sobre o feminino muito afetuosa. Em suma, acho que todos esses filmes, independente da sua localização, conseguem verbalizar os dilemas de ser mulher na sociedade. Eles dialogam com os mais variados tipos de opressão.
Minibio: Maitê Mendonça é Jornalista. Escreve sobre cinema e cultura pop no blog Final Girl.
Links: Final Girl | X (Twitter)
- Mari Dertoni
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1975)
- Uma Canta, a Outra Não | dir. Agnès Varda (França/Bélgica, 1977)
- Desejo e Obsessão | dir. Claire Denis (França/Alemanha/Japão/Luxemburgo, 2001)
- Born in Flames | dir. Lizzie Borden (EUA, 1983)
- Sonho de Valsa | dir. Ana Carolina (Brasil, 1987)
Minibio: Mari Dertoni é jornalista, pesquisadora de cinema do horror e do cinema feito por mulheres, os quais prioriza e tem enorme interesse. Ensaísta com textos publicados em edições especiais da Versátil. Atua como crítica de cinema no Coletivo Crítico, faz colaborações no Criticos.com e Boca do Inferno. Fala de cinema em suas redes sociais.
Links: Coletivo Crítico | Letterbodx | Instagram | X (Twitter) | Colaborações e mais
- Maria Catarina Mazzitello
- Retrato de Uma Jovem em Chamas | dir. Céline Sciamma (França, 2019)
- A Entrevista | dir. Helena Solberg (Brasil, 1966)
- Cléo das 5 às 7 | dir. Agnès Varda (França/Itália, 1962)
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1975)
- O Animal Cordial | dir. Gabriela Amaral Almeida (Brasil, 2017)
Minibio: Maria Catarina Mazzitello, formada em teatro, jornalismo e gestão cultural, atua como crítica de cinema do canal 16MM desde 2017 com foco em cinema nacional. Entusiasta da cultura brasileira.
Links: 16MM
- Mariane Morisawa
- Cléo das 5 às 7 | dir. Agnès Varda (França/Itália, 1962)
- A Mulher Sem Cabeça | dir. Lucrécia Martel (Argentina/França, 2008)
- Durval Discos | dir. Anna Muylaert (Brasil, 2003)
- Selma: Uma Luta pela Igualdade | dir. Ava DuVernay (EUA, 2015)
- Maria Antonieta | dir. Sofia Coppola (EUA, 2007)
Minibio: Mariane Morisawa é jornalista, membro da Abraccine e votante do Globo de Ouro. Colabora com veículos como O Estado de S. Paulo e Elle.
Links: Instagram | X (Twitter)
- Natália Bocanera
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1975)
- Os Catadores e Eu | dir. Agnès Varda (França, 2000)
- The Watermelon Woman | dir. Cheryl Dunye (EUA, 1996)
- O Pântano | dir. Lucrecia Martel (Argentina, 2001)
- Sambizanga | dir. Sarah Maldoror (Angola/França, 1972)
Minibio: Advogada, crítica de cinema, editora e cofundadora do Coletivo Crítico. Estudiosa do cinema negro e feito por mulheres, especialmente do Cinema Africano. Atua na cobertura de festivais de cinema nacionais e internacionais, tendo participado, em 2024, da 74ª Berlinale do 21º CPH:DOX.
Links: Coletivo Crítico | Letterboxd | X (Twitter)
- Natália Reis
Bom Trabalho | dir. Claire Denis (França, 1999)
Retrato de Jason | dir. Shirley Clarke (EUA, 1967)
Ligadas pelo Desejo | dir. Lilly Wachowski, Lana Wachowski (EUA, 1996)
Wanda | dir. Barbara Loden (EUA, 1970)
A Noiva do Pirata | dir. Nelly Kaplan (França, 1969)
*sem hierarquia na lista da Natália
Minibio: Natália Reis é realizadora, pesquisadora de cinema e redatora na revista Multiplot!
Links: Multiplot! | X (Twitter)
- Raíssa Sanches
- Cléo das 5 às 7 | dir. Agnès Varda (França/Itália, 1962)
- Encontros e Desencontros | dir. Sofia Coppola (EUA/Japão, 2003)
- Psicopata Americano | dir. Mary Harron (EUA/Canadá, 2000)
- Lady Bird: A Hora de Voar | dir. Greta Gerwig (EUA, 2017)
- Shiva Baby | dir. Emma Seligman (EUA, 2020)
1) Cléo das 5 às 7: além de ser um filme super estiloso, ele tem também uma urgência latente, Varda equilibra muito bem os elementos de comédia com a tensão sempre presente
2) Encontros e Desencontros: a obra prima de uma das minhas diretoras favoritas, em que ela mostra o sufoco de estar presa em uma gaiola dourada, esse filme é o perfeito resumo da carreira de Sofia Coppola
3) Psicopata Americano: esse filme quebra bem o falso paradigma de que mulheres só deveriam contar histórias delicadas ou sobre feminismo, combina uma boa crítica ao patriarcado cheia de ironia com boas doses de gore
4) Lady Bird: um sensível relato semi autobiográfico sobre amadurecimento e relações entre mães e filhas
5) Shiva Baby: mais um filme sobre relacionamento entre mães e filhas, mas nesse caso além do drama a diretora opta também pela comédia satírica, me fez rir e chorar – às vezes ao mesmo tempo
Minibio: meu nome é Raíssa Sanches, tenho 27 anos, sou apaixonada por cinema desde pequena e você pode me encontrar no Estação Nerd e
no A Odisseia
Links: Estação Nerd | A Odisseia
- Raissa Ferreira
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1975)
- As Duas Faces da Felicidade | dir. Agnès Varda (França, 1965)
- Mar de Rosas | dir. Ana Carolina (Brasil, 1978)
- Tramas do Entardecer | dir. Maya Deren (EUA, 1943)
- The Watermelon Woman | dir. Cheryl Dunye (EUA, 1996)
Minibio: Crítica de Cinema, marketeira e formada em Rádio e TV. Escreve no raissaferreira.com, Filmes & Filmes e Feito por Elas
Links: Site | Filmes e Filmes
- Tati Regis
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1975)
Para muitos, um filme estranho, para outros, um filme deveras familiar. A rotina de uma mulher, mãe solo, mostrada repetidamente em um filme praticamente nada acontece, mas acontece muito. Chantal desafia as regras e nos desafia enquanto espectador e espectadora ao dar destaque a essa história feminista e feminina, por isso merece demais estar neste top 5.
- Eve’s Bayou | dir. Kasi Lemmons (EUA, 1997)
Em seu primeiro filme, Lemmons conta uma história gótica de horror negro com uma trama sobre amadurecimento, trauma geracional, passado, raivas e memórias. Gosto demais da abordagem, pois acho deveras interessante, instigante e intrigante por conta das diversas personagens mulheres vivendo juntas naquela casa. Além disso, é uma produção corajosa se for pensar em termos do que se produzia com elencos negros na época, focando em histórias urbanas e Lemmons fazendo o caminho contrário.
- The Watermelon Woman | dir. Cheryl Dunye (EUA, 1996)
A coragem de dar visibilidade às invisíveis de Hollywood, as atrizes lésbicas negras. A coragem de abordar relacionamento lésbico interracial. Cheryl constrói uma história que acaba se tornando um combo de quebra de paradigmas. Além disso, seu formato meio documental, meio ficção transforma The Watermelon Woman em um filme inesquecível, envolvente e obrigatório. Um filme ícone do cinema negro e do novo cinema Queer.
- Born in Flames | dir. Lizzie Borden (EUA, 1983)
É inegável que Born in Flames seja um filme impactante, aliás, todo ele é cheio de frases, textos e ações precisas e certeiras, mas quero destacar a importância das abordagens, das falas e do ótimo texto sobre as lutas feministas. Em 1983, Lizzie lança esse debate sobre discursos e pautas que muitas vezes não se coadunam, mas que deveriam andar juntas, e por isso achei importante que estivesse presente aqui.
- The Mafu Cage | dir. Karen Arthur (EUA, 1978)
A força desse é Karen Arthur, ela dá vazão a uma personagem cruel, carente, ciumenta e perturbada mentalmente. O filme perfeito para exemplificar “mulheres loucas que adoramos amar e odiar”. Duas irmãs que vivem juntas e têm uma relação super estranha, ao mesmo tempo em que vivenciamos essa relação e a quebra da realidade da personagem de Karen Arthur, um crescente suspense toma conta dessa história que, infelizmente, ainda não é muito conhecida, mas que merece ter seu lugar de destaque aqui.
Minibio: Tati Regis é recifense, licenciada em Artes Visuais, entusiasta do gênero horror, tema que pesquisa e estuda avidamente. Produz conteúdo sobre o tema, com atenção nas questões de gênero e raça, para sua página no Instagram e seu blog Meu Filme do dia. É colunista no site Horrorizadas e Filmicca. Pesquisadora de pautas para o podcast Mundo Freak, participou com artigos para o livro “O Melhor do Terror dos Anos 90”. Ministrou pelo MIS-SP junto com Queops Negronski e Carlos Primati o curso A História do Cinema de Horror Negro. E já colaborou como curadora e jurada para festivais de cinema fantástico.
Links: Meu Filme do Dia | Instagram | X (Twitter)
- Thaís Vieira
- Fruto do Paraíso | dir. Věra Chytilová (Bélgica/Tchecoslováquia, 1970)
- At Land | dir. Maya Deren (EUA, 1944)
- Sonho de Valsa | dir. Ana Carolina (Brasil, 1987)
- Asparagus | dir. Suzan Pitt (EUA, 1979)
- A Fada do Repolho | Alice Guy Blaché (França, 1896)
Minibio: Thaís Vieira é realizadora, pesquisadora e educadora audiovisual. Links: Instagram | Letterboxd
- Yasmine Evaristo
- Tramas do Entardecer | dir. Maya Deren (EUA, 1943)
- The Watermelon Woman | dir. Cheryl Dunye (EUA, 1996)
- Quando Chega a Escuridão | dir. Katherine Bigelow (EUA, 1987)
- Desejo e Obsessão | dir. Claire Denis (França/Alemanha/Japão/Luxemburgo, 2001)
- A 13ª Emenda | dir. Ava Duvernay (EUA, 2016)
Minibio: Graduada em Artes Plásticas, pela Escola Guignard (UEMG), e graduanda em Letras – Tecnologias da Edição, pelo CEFET-MG, pesquisa e escreve sobre cinema, principalmente cinema fantástico e de horror e representação e representatividade de pessoas negras no cinema. É redatora e co-fundadora do site Longa História, podcaster no Feito Por Elas, membro da Abraccine e do Coletivo Elviras e votante do Globo de Ouro (Golden Globe Awards).
Links: Instagram | X (Twitter)
- TOP 25 FILMES CITADOS E MAIS VOTADOS:
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles | dir. Chantal Akerman (Bélgica/França, 1975)
- Cléo das 5 às 7 | dir. Agnès Varda (França/Itália, 1962)
- Tramas do Entardecer | dir. Maya Deren (EUA, 1943)
- Retrato de Uma Jovem em Chamas | dir. Céline Sciamma (França, 2019)
- As Duas Faces da Felicidade | dir. Agnès Varda (França, 1965)
- The Watermelon Woman | dir. Cheryl Dunye (EUA, 1996)
- Bom Trabalho | dir. Claire Denis (França, 1999)
- As Pequenas Margaridas | dir. Vera Chytilová (Tchecoslováquia, 1966)
- Os Catadores e Eu | dir. Agnès Varda (França, 2000)
- O Piano | dir. Jane Campion (Austrália/França/Nova Zelândia, 1993)
- Born in Flames | dir. Lizzie Borden (EUA, 1983)
- At Land | dir. Maya Deren (EUA, 1944)
- Os Renegados | dir. Agnès Varda (França, 1985)
- Encontros e Desencontros | dir. Sofia Coppola (EUA/Japão, 2003)
- Mar de Rosas | dir. Ana Carolina (Brasil, 1978)
- Uma Canta, a Outra Não | dir. Agnès Varda (França/Bélgica, 1977)
- Eve’s Bayou | dir. Kasi Lemmons (EUA, 1997)
- Sinfonia da Necrópole | dir. Juliana Rojas (Brasil, 2014)
- Desejo e Obsessão | dir. Claire Denis (França/Alemanha/Japão/Luxemburgo, 2001)
- A Entrevista | dir. Helena Solberg (Brasil, 1966)
- O Pântano | dir. Lucrecia Martel (Argentina, 2001)
- Sonho de Valsa | dir. Ana Carolina (Brasil, 1987)
- Sambizanga | dir. Sarah Maldoror (Angola/França, 1972)
- Documentira | dir. Agnès Varda (França, 1981)
- Matrix | dir. Lilly Wachowski, Lana Wachowski (EUA/Austrália, 1999)
Critérios de Pontuação: ao primeiro lugar de cada votante foi atribuído 20 pontos, ao segundo, 17 pontos, ao terceiro, 15 pontos, ao quarto, 12 pontos, e ao quinto, 09 pontos. O TOP 25 foi extraído da soma de tais pontos para cada filme.