30 melhores filmes segundo a Sight and Sound

30 melhores filmes segundo a Sight and Sound

TOP 30 Melhores Filmes de Todos os Tempos pela Sight and Sound e onde assisti-los

Desde 1952, a revista britânica Sight and Sound mantém a tradição de, há cada 10 anos, pedir para que críticos e cineastas selecionem os 100 melhores filmes de todos os tempos. A repetição por década permite contemplar novos filmes a cada período.

Em 2022, foram 1.639 votantes do mundo todo, a maior edição já realizada. Um corpo que cai, de Alfred Hitchcock, perdeu seu posto de melhor filme da história para Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles, da diretora belga Chantal Akerman. Cidadão Kane, clássico filme de Orson Welles, que já ocupou o primeiro lugar, ficou em terceiro lugar nessa edição.

Nessa edição, dos 100 filmes eleitos, 11 foram dirigidos por mulheres. A edição de 2012 elegeu apenas 02 filmes dirigidos por mulheres.

A lista não contempla nenhum filme brasileiro ou latino. Entretanto, é composta majoritariamente por filmes americanos e europeus. Dos 100 filmes selecionados, apenas 23 representam outros continentes, quais sejam, Ásia, África e Oceania.

Quer conferir quais o TOP 30 dos melhores filmes de todos os tempos? Então, vamos lá!

30. Retrato de Uma Jovem em Chamas (2019 – França) – Direção de Céline Sciamma

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Retrato de uma Jovem em Chamas, da diretora francesa Céline Sciamma, foi eleito o 30º melhor filme de todos os tempos. O filme conta a história de Marianne (Noémie Merlant),uma jovem pintora na França do século 18, que recebe como tarefa pintar um retrato de Héloïse (Adèle Haenel) para seu casamento, sem que ela saiba. Passando seus dias observando Héloïse e as noites pintando, Marianne se vê cada vez mais próxima de sua modelo.

Retrato de uma Jovem em Chamas é um presente de Céline Sciamma: feito por mulheres, sobre mulheres e para mulheres. É um alento e um breve respiro de paz num cinema tão predominantemente masculino e estruturalmente machista, rememorando mulheres a respeito de suas próprias forças, e acolhendo-as num lugar seguro cuja existência fomos educadas a esquecer.

O longa perdeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes para o filme Parasita, que ocupa a 90º posição da lista.

Você pode conferir a crítica sobre o filme aqui.

O filme pode ser assistido no Telecine, e encontra-se disponível para aluguel no YouTube, AppleTV e Google Play.

29. Taxi Driver (1976 – EUA) – Direção de Martin Scorsese

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O clássico dirigido por Martin Scorsese e estrelado por Robert de Niro e Jodie Foster traz como protagonista um motorista de táxi de Nova York, Travis Bickle (de Niro), veterano da Guerra do Vietnã, que durante seu trabalho observa e reflete, carregado de moralismo, a corrupção da vida ao seu redor e mostra-se cada vez mais perturbado. Apesar de não conseguir fazer contato emocional com ninguém e viver uma vida questionável em busca de diversão, ele se torna obcecado em ajudar uma prostituta de 12 anos (Foster) que entra em seu táxi para fugir de um cafetão.

Taxi Driver foi indicado a quatro Oscars, incluindo Melhor Filme, e foi vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1976.

Pode ser assistido nas plataformas Netflix e Amazon Prime Video, e encontra-se disponível para aluguel no YouTube, AppleTV e Google Play.

28. Pequenas Margaridas (1966 – Tchecoslováquia) – Direção de Vera Chytilová

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Compondo a lista pela primeira vez, Pequenas Margaridas (Daisies) é um marco do “cinema novo” tcheco. Uma revolução para o seu tempo e dirigido por uma mulher pouco antes da chamada “Primavera de Praga”, o filme possui um caráter experimental, nos fazendo acompanhar duas jovens de nome Maria que, entediadas porque não há nada a se fazer diante de um mundo tão mal, resolvem ser igualmente más, numa desconstrução de tudo que lhes é moralmente proibido.

Pode ser assistido pelo YouTube aqui.

27. Shoah (1985 – França) – Direção de Claude Lanzmann

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Shoah é um documentário filmado durante 11 anos e com mais de 9h de duração, a respeito do extermínio dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. O filme é inteiramente feito com depoimentos de sobreviventes de Chelmno, dos campos de Auschwitz, Treblinka e Sobibor e do Gueto de Varsóvia, e de entrevistas com ex-oficiais nazistas e maquinistas que conduziam os trens da morte.

26. The Night of the Hunter (1955 – EUA) – direção de Charles Laughton

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The Night of the Hunter é um filme americano do gênero suspense que aborda o fanatismo religioso, e narra a história de um assassino de viúvas ricas que, ao sair da prisão, persegue uma família para encontrar o dinheiro que o pai, que conhecera na cadeia, havia guardado em lugar não revelado.

Você pode alugar The Night of the Hunter na AppleTV.

25. A Grande Testemunha (1966 – França, Suíça) – Direção de Robert Bresson

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Num filme belíssimo, o cultuado diretor francês se baseou em um trecho de O Idiota, de Dostoiévski, para contar a dura história de um burro de carga chamado Balthazar, desde sua infância até sua fase adulta, passando de dono a dono, maltratado por alguns e amado por outros, enquanto vive, testemunha e sofre silenciosamente maldade humana. Bresson, num modo muito particular de conduzir a atuação de seus atores, carrega-os quase que com inexpressividade, ao passo que o sentimento provocado pelo filme decorre mais da situação exposta ao espectador.

A Grande Testemunha está disponível no catálogo da MUBI, aqui.

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24. Faça a Coisa Certa (1989 – EUA) – Direção de Spike Lee

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Estreante na lista, Faça a Coisa Certa finalmente teve seu reconhecimento e foi selecionado entre os 25 melhores filmes de todos os tempos. O longa, que concorreu a dois Oscars, é protagonizado pelo próprio Spike Lee no papel de Mookie, um entregador da pizzaria italiana de Salvatore “Sal” Fragione (Danny Aiello), no Brooklyn, que sem seu interior possui uma parede que homenageia inúmeros artistas. Um dos moradores do bairro, Buggin’ Out (Giancarlo Esposito), fica indignado ao ver que na parede só há nomes de artistas italianos, reivindicando que o estabelecimento inclua artistas negros na homenagem, o que encontra resistência de Sal e motiva a movimentação de um boicote à pizzaria.

Faça a coisa certa não é profético. Spike Lee, que, aos 32 anos, produziu, dirigiu, roteirizou e atuou seu filme, denuncia o persistente triunfo do sistema enquanto a luta e identidade negra continua sendo banalizada.

A crítica sobre Faça a Coisa Certa, você encontra aqui.

O filme está disponível nas plataformas Amazon Prime Video e Telecine, e pode também ser alugado no YouTube, na AppleTV e no Google Play.

23. Playtime – Tempo de Diversão (1967 – França) – Direção de Jacques Tati

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PlaytimeTempo de Diversão, é uma comédia dividida em seis partes (denominadas o aeroporto, os escritórios, a feira de comércio, os apartamentos, o Royal Garden e o carrossel dos carros) que são ligadas entre si por dois personagens que se encontram repetidamente ao longo do dia: Barbara (Barbara Dennek), uma jovem turista estadunidense que visita Paris com um grupo composto majoritariamente por mulheres de meia-idade, e o Sr. Hulot (Jacques Tati), um francês perdido na nova modernidade de Paris.

22. Pai e Filha (1949 – Japão) – direção de Yasujirô Ozu

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Pai e Filha (Late Spring), filme japonês baseado no livro do escritor Kazuo Hirotsu Chichi to Musume, narra a história de Noriko (Setsuko Hara), uma jovem que só pensa em cuidar do seu pai (Chishu Ryu) e este, preocupado com o desinteresse da filha pelo casamento, finge se casar novamente para que a filha de 27 anos comece a procurar um noivo.

O filme está disponível no catálogo do Belas Artes À La Carte, aqui.

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21. A Paixão de Joana d’Arc (1927 – França) – Direção de Carl Theodor Dreyer

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A Paixão de Joana d’Arc é um filme francês do cinema mudo dirigido pelo dinamarquês Carl Theodor Dreyer, baseado nos documentos históricos do julgamento de Joana D’Arc e reconhecido mundialmente como um marco na história do cinema, mostrando o enorme sofrimento da jovem diante das acusações e abandono dos membros da Igreja Católica e de seus compatriotas. Os cenários e figurinos do filme são simples e teatrais, e há um uso incomum, para a época, de close-ups no rosto dos atores

Foi o primeiro filme sobre a francesa Joana D’Arc (Renée Jeanne Falconetti), num trabalho de considerado como a melhor interpretação já gravada em película pela renomada crítica de cinema Pauline Kael, da revista The New Yorker.

A Paixão de Joana D’Arc está disponível no catálogo do Belas Artes À La Carte, aqui. Lembre-se que você pode garantir 30 dias grátis na plataforma através do uso do código exclusivo do Coletivo Crítico.

20. Os Sete Samurais (1954 – Japão) – Direção de Akira Kurosawa

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Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza, Os Sete Samurais, do aclamado diretor Akira Kurosawa, narra a história de um samurai que atende a um pedido de proteção contra bandidos à uma vila japonesa. Ele convida outros seis samurais para ajudá-lo a ensinar às pessoas a autodefesa. Enquanto o povoado da vila alimenta os soldados, a grande batalha acontece quando 40 bandidos atacam a vila.

19. Apocalypse Now (1979 – EUA) – Direção de Francis Ford Coppola

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Apocalypse Now é um filme épico de guerra estrelado por Marlon Brando, Robert Duvall e Martin Sheen, e tem seu enredo contextualizado na Guerra do Vietnã. Há uma grande discussão entre críticos, que debatem se o filme é pró ou antiguerra com suas imagens de destruição da natureza, brutalidade sem propósito e a supremacia norte-americana, mostrando os efeitos que a guerra é capaz de causar na mente humana.

O longa levou cerca de três anos e meio para ser concluído, e teve uma produção bastante conturbada, possuindo, ao final, um orçamento muito acima do estimado em razão do atraso das gravações. Apesar disso, foi vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes e concorreu 05 estatuetas do Oscar.

18. Persona – Quando Duas Mulheres Pecam (1966 – Suécia) – Direção de Ingmar Bergman

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Persona, intitulado no Brasil como Quando Duas Mulheres Pecam, foi considerado pelo crítico norte-americano John Simon “o filme mais difícil de todos os tempos”. Grande representante do modernismo, Bergman nos conta, de forma enigmática, a história de Elisabeth Vogler (Liv Ullmann), atriz de sucesso que, após sofrer uma crise emocional, emudece. Uma enfermeira (Bibi Andersson) é designada a cuidar dela em uma casa reclusa, perto da praia, onde as duas permanecem sozinhas. Para quebrar o silêncio, a enfermeira começa a falar incessantemente, narrando diversos episódios relevantes de sua vida, mas quando descobre que a atriz usa seus depoimentos como fonte de análise, a cumplicidade entre as duas se transforma em embate. Apesar do enredo relativamente simples, carrega uma fluidez de tempo em que realidade e sonho se misturam o tempo todo.

17. Close-up (1989 – Irã) – Direção de Abbas Kiarostami

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Close-up, que na seleção da Sight and Sound de 2012 ocupava a 47ª posição, integra agora o seleto grupo dos 30 melhores filmes de todos os tempos. O filme é um semidocumentário sobre um jovem amante do cinema, preso ao se fazer passar por um célebre diretor de cinema iraniano. Apresentando-se como tal perante uma família rica, o homem dizia pretender usar sua casa como cenário e escalá-los como atores em seu próximo filme. Desmascarado, é levado a julgamento. Abbas Kiarostami, com permissão para filmar o julgamento, dá ao acusado a oportunidade de defender suas razões, revelando uma pessoa que apenas no momento em que se fez passar por outro se sentiu realmente importante. O filme levanta uma discussão muito importante sobre a função do cinema e de seus realizadores.

16. Tramas do Entardecer (1943 – EUA) – Direção de Maya Deren e Alexander Hammid

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Tramas do Entardecer, um curta-metragem experimental de apenas 14 minutos, é codirigido, roteirizado e estrelado por Maya Deren. O caráter surrealista do filme é acentuado através de uma narrativa repetitiva e, por vezes, desconexa, incluindo uma flor deixada ao longo de uma estrada, uma chave caindo e uma faca em uma fatia de pão. O uso da câmera lenta e dos movimentos de câmera são elementos que contribuem para o distanciamento da realidade.

O filme está disponível no YouTube, aqui.

15. Rastros de Ódio (1956 – EUA) – Direção de John Ford

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Um clássico do faroeste estrelado por John Wayne e Natalie Wood e que não economiza no uso extremamente racional das belezas e paisagens naturais, nos traz o veterano da Guerra Civil Ethan Edwards (Wayne), que chega ao Texas em 1868 e encontra o seu irmão e a família dele. No dia seguinte, o grupo indígena Comanches invade o rancho, matando seu irmão e Martha, a esposa dele, e raptando as duas filhas do casal. Ethan parte então em uma busca vingativa junto com o companheiro Martin (Jeffrey Hunter), um mestiço que logo percebe que Ethan está obcecado por assassinar indígenas.

Rastros de Ódio está no catálogo da HBO Max e da Amazon Prime Video, podendo ainda ser alugado no YouTube, na AppleTV e no Google Play.

14. Cléo das 5 às 7 (1962 – França) – Direção de Agnés Varda

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Obra que viria a ser considerada o pontapé inicial da Nouvelle Vague, Cléo das 5 às 7 acompanha 2 horas do dia da personagem-título, interpretada por Corinne Manchard, uma cantora que faz um exame para descobrir se está com câncer. O resultado sai em duas horas, então ela decide andar pelas ruas da cidade enquanto aguarda. Cheia de dúvidas sobre como deve agir diante da doença, acaba cruzando com um jovem militar que está prestes a partir.

Cléo das 5 às 7 foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes, e está disponível no catálogo do Telecine.

13. A Regra do Jogo (1939 – França) – Direção de Jean Renoir

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A Regra do Jogo é uma comédia dramática francesa, baseada na peça teatral Les Caprices de Marianne, de Alfred de Musset. O enredo nos traz uma família burguesa tradicional, que resolve passar o verão numa casa de campo com seus empregados. Uma noite, um baile de máscaras acontece, e surgem vários envolvimentos amorosos, envolvendo empregados e patrões e conduzindo a um trágico desfecho.

Durante a Ocupação da França pela Alemanha Nazista, o filme foi proibido. Anos depois, os originais foram destruídos num bombardeio. O filme só seria recuperado em 1959, quando uma versão restaurada foi apresentada no Festival de Veneza.

O diretor Jean Renoir montou e remontou o filme diversas vezes devido aos danos sofridos pelo negativo durante a Segunda Guerra Mundial. O figurino é assinado por Coco Chanel. Quando o filme estreou nos cinemas a recepção foi tão ruim que um dos espectadores tentou queimar a sala de cinema que estava exibindo o filme.

A Regra do Jogo está disponível no catálogo do Belas Artes À La Carte, e pode ser visto aqui. Não se esqueça de garantir 30 dias grátis na plataforma com o código exclusivo do Coletivo Crítico.

12. O Poderoso Chefão (1972 – EUA) – Direção de Francis Ford Coppola

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Consagrado como um dos filmes mais importantes da história do cinema, o primeiro filme da trilogia de O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola, foi indicado a dez estatuetas do Oscar, vencendo nas categorias Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado (Coppola e Mario Puzo) e Melhor Ator (Marlon Brando). 

A produção do filme foi bastante polêmica e embaraçada. Coppola não era a primeira escolha para dirigir o filme, que foi inicialmente ofertado para Sergio Leone. De acordo com Roger Evans, chefe da Paramount Pictures na época, Coppola a princípio também não queria dirigir por temer que a máfia e a violência ficassem glorificadas. Quando Coppola chegou à ideia de que o filme podia ser uma metáfora para o capitalismo americano, ele decidiu aceitar o trabalho. 

O Poderoso Chefão pode ser visto nas plataformas Netflix, HBOMax, Star+, Amazon Prime Video e Telecine, além de estar disponível para aluguel no YouTube, na AppleTV e no Google Play.

11. Aurora (1927 – EUA) – Direção de F. W. Murnau

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Aurora foi o primeiro filme de F. W. Murnau e o primeiro lançamento da Fox Filmes com trilha sonora. O enredo nos mostra um homem que pondera matar a esposa, mas é acometido pela culpa, e a mulher reage com terror ao descobrir suas intenções. Enquanto isso, o marido que tenta seguir com o plano é atormentado por uma mulher sedutora que chega a assombrar seus pensamentos.

Você pode assistir Aurora no Belas Artes À La Carte, o filme está disponível aqui. Ganhe 30 dias grátis na plataforma com o código exclusivo do Coletivo Crítico, que você pode obter aqui.

10. Cantando na Chuva (1951 – EUA) – Direção de Gene Kelly e Stanley Donen

Clássico dos musicais, Cantando na Chuva narra a história de Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Debby Reynolds), dois dos astros mais famosos da época do cinema mudo em Hollywood. Seus filmes são um verdadeiro sucesso e as revistas apostam num relacionamento mais íntimo entre os dois, o que não existe. Porém o cinema falado chega para mudar totalmente a situação de ambos no mundo da fama. Don e Lina precisam, então, superar as dificuldades do novo método para conseguir manter a fama conquistada. O filme ainda traz Rita Moreno no elenco.

Você pode assistir Cantando na Chuva na HBOMax. Pode, ainda, alugá-lo na Amazon Prime Video, no YouTube, na AppleTV e no Google Play.

9. Um Homem com uma Câmera (1929 – USSR) – Direção de Dziga Vertov

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O único documentário no TOP 10 da lista da Sight and Sound, esse filme soviético acompanha uma cidade na União Soviética da década de 20, do dia até a noite. A direção de Dziga Vertov contempla uma variedade de filmagens inovadoras e retrata cenas do cotidiano na Rússia, celebrando a modernidade da cidade.

O filme ficou muito famoso por apresentar para o público todos os tipos de técnicas de câmera possíveis até então, entre elas dupla exposição, câmera acelerada, câmera lenta, quadros congelados, telas divididas, close-ups extremos, filmagem de trás para frente e animação em stop motion. As preocupações estéticas e políticas que resultariam em O homem com uma câmera já estavam presentes na Resolução do Conselho dos Três em 10/04/1923, texto do grupo formado por Vertov, seu irmão Phillip Kaufman e Elizaveta Svilova.

Um Homem com uma Câmera está disponível no catálogo do Belas Artes À La Carte e pode ser assistido aqui. Não se esqueça de garantir seus 30 dias grátis na plataforma!

8. Cidade dos Sonhos (2001 – França, EUA) – Direção de David Lynch

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Originalmente planejado para ser uma série de TV, grande parte da gravação foi feita em 1999. Entretanto, Lynch precisou fazer alterações para transformá-lo num filme, ante a recusa do projeto de série. O diretor evita explicar sua intenções para a narrativa, resumindo o filme apenas como “uma história de amor na cidade dos sonhos”.

O enredo: uma jovem atriz viaja para Hollywood e se vê emaranhada numa intriga secreta com uma mulher que escapou por pouco de ser assassinada, e que agora se encontra com amnésia devido a um acidente de carro. Seu mundo se torna um pesadelo e surreal. Cidade dos Sonhos é estrelado por Naomi Watts e Laura Harring.

O longa deu à Lynch o Prêmio de Direção no Festival de Cannes, e lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Direção.

Você pode alugar o filme no Google Play e na AppleTV.

7. Bom Trabalho (1998 – França) – Direção de Claire Denis

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No maior exemplo do que é o cinema sob a visão de Claire Denis, Bom Trabalho foi iniciado pela diretora pelo desejo de unir três elementos num só filme: o romance Billy Budd, de Herman Melville, a Legião Estrangeira Francesa e o país africano Djibuti.

A narrativa de Bom Trabalho nos faz acompanhar o cotidiano de um grupo de legionários franceses no país Djibuti, na África Oriental, situado às margens do golfo de Áden. Num lugar desértico entre mar e montanhas onde as cores se contrastam e formam uma paisagem exuberante, Claire Denis faz um estudo dos corpos e da masculinidade dos legionários.

O filme, que foi alvo de muitos estudos muito afora, é protagonizado por Denis Lavant no papel do Sargento Galoup, que conduz um rígido regime disciplinar. Galoup, porém, vê sua estabilidade ameaçada pela chegada do recruta Sentain (Grégoire Colin).

6. 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968 – EUA, Reino Unido) – Direção de Stanley Kubrick

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Clássico divisor de águas da ficção científica, 2001: Uma Odisseia no Espaço é uma adaptação do reverenciado conto A Sentinela, de Arthur C. Clarke. Uma estrutura imponente preta fornece uma conexão entre o passado e o futuro, enquanto o Dr. Dave Bowman (Keir Dullea) e outros astronautas são enviados para uma misteriosa missão, e os chips de seus computadores começam a mostrar um comportamento estranho, levando a um tenso confronto entre homem e máquina que resulta em uma viagem no espaço e no tempo.

Coroteirizado por Kubrick e o próprio Arthur C. Clarke, 2001: Uma Odisseia no Espaço aborda temas como a evolução humana, o existencialismo, a tecnologia, a inteligência artificial e a vida extraterrestre. Sua estética inovadora tornou-o pioneiro em efeitos especiais, com o uso de imagens ambíguas muito próximas do surrealismo. A sonoplastia também é um diferencial do longa, que possui poucos diálogos, mas explora o uso da trilha sonora, que é muito presente.

2001: Uma Odisseia no Espaço está disponível para aluguel na Amazon Prime Video, no Google Play, na AppleTV e no YouTube.

5. Amor à Flor da Pele (2000 – Hong Kong) – Direção de Wong Kar Wai

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Essa belíssima construção de sensações de Wong Kar Wai, que faz um uso meticuloso da estética para demonstrar os sentimentos ocultos dos protagonistas, Amor à Flor da Pele é uma obra sem precedentes. A trama, bastante simples, é ambientada numa Hong Kong da década de 1960, acompanhando a relação entre Su Li-zhen (Maggie Cheung Man-yuk) e Chow (Tony Leung), que desconfiam que estão sendo traídos pelos seus respectivos cônjuges.

O filme, que recebeu o Prêmio César de Melhor Filme Estrangeiro, está disponível no catálogo da MUBI, aqui. Você já garantiu seus 30 dias grátis na plataforma? Numa parceria com o Coletivo Crítico, você pode receber esse presente aqui.

4. Era uma Vez em Tóquio (1953 – Japão) – Direção de Yasujirô Ozu

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Era uma Vez em Tóquio é inspirado em outro filme, chamado A Cruz dos Anjos, de Leo McCarye. O roteiro foi trabalhado durante 103 dias, uma parceria entre Ozu e Kogo Noda. Todos os banners que aparecem no filme foram pintados pelo diretor. A narrativa nos conta a história de um casal de idosos que deixa sua filha no campo para visitar os outros filhos em Tóquio, cidade que eles nunca tinham ido. Porém os filhos os recebem com indiferença, muito atarefados para terem tempo para os pais. Apenas a nora deles, que perdeu o marido na guerra, parece dar atenção aos dois. Quando a mãe fica doente, os filhos vão visitá-la junto com a nora, e complexos sentimentos são revelados.

O filme pode ser assistido no catálogo do Belas Artes À La Carte, neste link.

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3. Cidadão Kane (1941 – EUA) – Direção de Orson Welles

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O clássico Cidadão Kane, de Orson Welles, vem perdendo seu posto de melhor filme de todos os tempos, sem deixar de integrar, entretanto, o TOP 5 da lista da Sight and Sound. Uma obra difícil de ser enquadrada num único gênero cinematográfico, sua filmagem foi iniciada quando Orson Welles tinha apenas 24 anos. Subvertendo as regras técnicas de Hollywood, Cidadão Kane revolucionou o uso das câmeras, da profundidade de campo, das luzes e dos close-ups.

A obra-prima conta a história do magnata da imprensa Charles Foster Kane, interpretado pelo próprio Orson Welles, em uma sequência de flashbacks. Um jornalista fica intrigado pela última palavra dita por Kane – rosebud – e tenta descobrir o seu significado entrevistando pessoas do passado do magnata.

Cidadão Kane está disponível hoje no catálogo do Belas Artes À La Carte, e você pode assisti-lo aqui.

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2. Um Corpo que Cai (1958 – EUA) – Direção de Alfred Hitchcock

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Um Corpo que Cai perdeu o posto de melhor filme de todos os tempos, ficando, dessa vez, com o segundo lugar da lista da Sight and Sound. Este foi o primeiro filme a utilizar o zoom Dolly, um efeito de câmera que distorce a perspectiva para criar desorientação, para mostrar a acrofobia de Scottie, o protagonista vivido por James Stewart. Como resultado do seu uso no filme, o efeito é muitas vezes referido como “o efeito Vertigo“.

Esse clássico thriller é um filme completo e surpreendente, que merece ser visto sem muitas informações a respeito de sua narrativa. Em seu enredo, acompanhamos o detetive aposentado John Scottie, que sofre de um terrível medo de alturas. Certo dia, um amigo pede a John que siga sua esposa, missão que ele aceita. Ela demonstra uma estranha atração por lugares altos, levando o detetive a enfrentar seus piores medos. John começa a acreditar que a mulher possui tendências suicidas, quando algo estranho acontece nesta missão.

Um Corpo que Cai pode ser alugado no Google Play, no YouTube e na AppleTV.

1. Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce, 1080 Bruxelles (1975 – Bélgica, França) – Direção de Chantal Akerman

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O MELHOR FILME DE TODOS OS TEMPOS, segundo a revista Sight and Sound. Antes ocupante da 37ª posição da lista de 2012, essa obra-prima da diretora Chantal Akerman desbancou obras (dirigidas por homens) que por muitos anos ocuparam esse posto de forma unânime. E, de fato, merece o reconhecimento recebido pelos mais de 1.600 votantes espalhados pelo mundo.

Segundo filme de Chantal Akerman e lançado quando a diretora possuía apenas 25 anos, a obra exerceu uma influência sem igual no cinema (Apichatpong Weerasethakul, Gus Van Sant e Pedro Costa, são cineastas inspirados pelo filme). Jeanne Dielman é o retrato de uma solitária viúva de meia-idade que mora com seu filho adolescente. Acompanhamos, durante 3 horas, seus afazeres de mãe, dona de casa e também suas ações tranquilas na prostituição, meio de sustento. O filme não exerce qualquer julgamento, e sua duração e o elemento tempo são fundamentais para que o filme tenha alcançado o status de obra-prima.

Chantal Akerman faz uso extraordinário desse elementos, além de trazer uma perfeccionista direção de arte e um detalhado figurino, todos integrantes importantes do enredo e seu desenvolvimento. O gestual repetitivo e cotidiano da personagem, interpretada com perfeição por Delphine Seyrig, atos como acordar o filho, aquecer o cômodo, apagar a acender luzes e receber um casaco são de essencialidade tamanha que o espectador é capaz de notar a mudança emocional na personagem quando os gestos sofrem alteração.

A vitória de Jeanne Dielman carrega muito significado. É uma vitória ao reconhecimento do trabalho das mulheres no cinema, ao feminismo, e ao trabalho das mulheres do mundo todo no ambiente doméstico, esse labor invisibilizado e que aprisiona a vida de tantas.

Viva Chantal Akerman!

A lista completa da Sight and Sound você encontra aqui.

Você pode encontrar no nosso site crítica de outros filmes que compõem a lista. São eles:

Corra!, de Jordan Peele (95ª posição)

A Negra De, de Ousmane Sembène (95ª posição), está em nossa Lista de Filmes Africanos para assistir na Mubi.

Os Catadores e Eu, de Agnés Varda (67ª posição)

O Piano, de Jane Campion (50ª posição)

Author

  • Natália Bocanera

    Na escassez de tempo, entre advogar e dedicar-se à sua dezena de felinos, escolheu o cinema como ponto de equilíbrio e formação individual do seu "eu", em permanente descoberta.

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