Melhores filmes dirigidos por mulheres em 2022

Melhores filmes dirigidos por mulheres em 2022

Além de um ano de retomada das produções audiovisuais, 2022 marcou relevante ocupação de espaços em prol das mulheres na direção. Mundo afora, tivemos importantíssimos filmes de alto nível dirigidos por mulheres, o que mostra que, ainda que não com a rapidez que gostaríamos, as mulheres estão tomando as rédeas do cinema de qualidade. Países como a Ucrânia e a Palestina, onde o conservadorismo é dominante, produziram filmes que constam nessa lista.

As mulheres do Coletivo Crítico, Mari e Natália, prestigiando e celebrando essas produções, selecionaram os melhores filmes dirigidos por mulheres em 2022. São eles:

Aftersun (Charlotte Wells – EUA)

Uma das formas mais tocantes de se resgatar uma memória afetiva e transformá-la, pelo olhar de uma cineasta estreante. Recortes do tempo que montam o mosaico da vida.

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Lei a crítica de Aftersun aqui
o filme estreia dia 06/01 no catálogo da MUBI Brasil

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As Oito Montanhas (Charlotte Vandermeersch, Felix van Groeningen – Itália)

Sobre lares, seus significados e autodescoberta. Há lares na amizade genuína, no passado incorrigível, no topo de montanhas. No seu lugar de origem ou em qualquer lugar do mundo. Um belíssimo filme que agradará especialmente os espectadores de espírito aventureiro.

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O filme foi exibido na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e ainda não tem data de estreia no Brasil.

Mato Seco em Chamas (Joana Pimenta, Adirley Queirós – Brasil)

Uma distopia feminista, uma voz fortíssima entre a ficção e a realidade que nos cerca. Um filme cheio de força e fúria que me faz reacender novas crenças no cinema nacional. Revolucionário. Joana é estreante no formato longa-metragem, já havia dirigido curtas.

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O filme passou em festivais e em breve entrará em cartaz nos cinemas brasileiros.

Com Amor e Fúria (Claire Denis – França)

A arte do encontro e o furor do tempo, reascender paixões e aprender a olhar pra si e para seus próprios desejos com seriedade, sabendo que, inevitavelmente, causarão danos. A vulnerabilidade das emoções.

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O filme foi lançado em novembro de 2022 nos cinemas e ainda não entrou em nenhum plataforma digital

A Mulher Rei (Gina Prince-Bythewood – EUA)

Uma superprodução quase que exclusivamente feminina e negra. A existência desse filme já é motivo de celebração. Em A Mulher Rei, com a apresentação de um exército de mulheres que de fato existiu no reino de Daomé (onde hoje é o Benim), dá-se o pontapé inicial para que o mundo amplie seu interesse pelas histórias africanas, contadas por pessoas negras.

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Leia a crítica de A Mulher Rei aqui. O filme está disponível no Now, e também para aluguel no Google Play, Apple TV, Microsoft e Amazon.

Carvão (Carolina Markowicz – Brasil)

Um retrato do interior do Brasil, com uma história que choca pela normalização do absurdo dentro do microcosmo de frieza e dificuldade de uma família. Primeiro longa de Carolina que já dirigiu diversos curtas, entre eles o excelente “O Órfão (2018)” que também aborda questões sociais.

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Leia a crítica de Carvão aqui
O filme foi exibido em festivais e foi lançado em novembro de 2022 nos cinemas e ainda não entrou em nenhum plataforma digital

Racionais MC’s: das ruas de São Paulo pro mundo (Juliana Vicente – Brasil)

Documentário sobre a trajetória do grupo Racionais MC’s, que revolucionou não só a música brasileira com a poesia em forma de rap, mas que também impulsionou um movimento social de denúncia e protesto, que levou ao conhecimento do Brasil e do mundo a realidade das periferias e da população negra, empoderada por suas músicas.

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O filme está disponível no catálogo da Netflix.

Sonne (Kurdwin Ayub – Áustria)

Filme que retrata a adolescência fluorescente vivida por três amigas, uma delas curda, que seguem a religião islâmica. O longa da diretora austríaca, de origem iraniana, é um coming of age que faz um contraponto entre rebeldia e religiosidade, um filme com linguagem extremamente contemporânea.

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Leia a crítica de Sonne aqui

O filme foi exibido na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e ainda não tem data de estreia no Brasil.

Vulcões: A Tragédia de Katia e Maurice Krafft (Sara Dosa – EUA, Canadá)

Originalmente Fire of Love (título muito mais apropriado para a delicadeza do documentário), é uma história de amor entre dois vulcanologistas e de cada um deles pelos vulcões.

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O filme está disponível no catálogo da Disney+.

Stars at Noon (Claire Denis – França, Panamá, EUA)

Claire Denis é uma diretora incrível na arte de desenvolver romances avassaladores e filmar corpos, ela lançou dois filmes sensacionais em 2022 acerca desses temas. Stars at Noon é um filme sobre desejo e paixão, encontrar o amor em meio ao caos e se agarrar a ele. Um entrelaçar íntimo de corpos em um pesado contexto de conspiração política.

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O filme estreou em outubro de 2022 nos EUA e ainda não tem data de lançamento no Brasil

One Fine Morning (Mia Hansen-Løve – França, Reino Unido, Alemanha)

Um sensível e honesto retrato sobre as mudanças que o tempo e o envelhecimento trazem às relações humanas. A personagem de Léa Seydoux é uma jovem mãe viúva que cria sua filha sozinha e cuida do pai adoecido, e é através do olhar dela que essas mudanças acontecem.

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O filme foi exibido na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e ainda não tem data de estreia no Brasil.

Fresh (Mimi Cave – EUA)

Fresh é divertido e sangrento, um terror feito por mais uma diretora estreante em 2022, Mimi Cave faz um filme sobre sobrevivência, acerca de um tema que assombra tantas mulheres: ser capturada por um homem.

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O filme está disponível no catálogo da StarPus

Febre do Mediterrâneo (Maha Haj – Palestina)

Vencedor do Prêmio de Melhor Roteiro na seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes. Contando uma história complexa de uma amizade entre opostos, vai muito além da doença física do título. O protagonista é um escritor que cuida da casa e dos filhos enquanto a esposa trabalha fora. Essa inversão de papéis socialmente impostos é que dá impulso à narrativa e seu surpreendente desenrolar.

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Leia a crítica de Febre do Mediterrâneo aqui. Foi exibido na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e não tem data para estrear nos cinemas brasileiros.

The Eternal Daughter (Joanna Hogg – EUA, Reino Unido)

Novo longa da Hogg, que também dirigiu The Souvenir I e II, distribuído pela A24. Um filme sombrio e misterioso, um slow cinema sobre luto e reconstrução de memória, estrelado por Tilda Swinton interpretando dois papéis (mãe e filha) no filme.

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O filme foi lançado em dezembro de 2022 nos EUA e ainda não tem data de lançamento no Brasil.

Klondike: a guerra na Ucrânia (Maryna Er Gorbach – Ucrânia)

Filme de guerra dirigido e protagonizado por mulheres. O olhar da diretora ucraniana nos traz uma mulher grávida que vive na região de Donbas, zona rural fronteiriça com a Rússia, especificamente em julho de 2014. É justamente a ótica da diretora que torna Klondike um exemplar duro da destruição imaterial e dos contrastes entre morte e vida provocados pelo conflito.

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Leia nossa crítica sobre Klondike aqui. O filme está disponível para aluguel no catálogo do Belas Artes À La Carte.

Você sabia que a parceria entre o À La Carte e o Coletivo Crítico te dá 30 dias grátis na plataforma? Garanta aqui!

Piggy (Carlota Pereda – Espanha, França)

Primeiro longa da diretora espanhola Carlota Pereda. Piggy/Cerdita fala de bullying e gordofobia, começando com uma abordagem mais clichê, mas que consegue se redimir com final bem interessante e brutal.

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O filme foi exibido no Festival do Rio de 2022 e esta disponível para assistir no Paramount+

Alma Viva (Cristèle Alves Meira – Portugal)

A morte que une, separa famílias e busca vingança. Ancestralidade e legado feminino, transmissão de saberes e misticismo, conexão entre mulheres, e dos meios de confronto de uma sociedade insistentemente patriarcal e permeada de tabus que continua lhes atribuindo a conotação negativa da bruxa. Filme intenso do bom cinema português.

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Leia a crítica de Alma Viva aqui. O filme foi exibido na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e não tem data de estreia no Brasil

Babysitter (Monia Chokri – Canadá, França)

Monia Chokri nos apresenta um conto de fadas maluco e irônico, cheio de erotismo de um modo nada convencional. Provocativo e instigante, Babysitter é estilizado, criativo, engraçado. Aborda temas como misoginia e assedio em um universo do espetáculo midiático e suas consequências. Uma ode antimachista!

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O filme pode ser visto no catálogo da MUBI Brasil

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confira a lista completa da Mari no Letterboxd AQUI
confira a lista completa da Natália no Letterboxd AQUI

Authors

  • Advogada, cofundadora, editora e crítica de cinema no Coletivo Crítico.

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  • Jornalista carioca, estudou cinema na Academia Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, certificada em roteiro pelo Instituto de Cinema de São Paulo. Ama cinema de horror e os grandes clássicos.

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